terça-feira, 18 de novembro de 2008

F I M

Indaguei o teu mistério
e descobri uma pessoa dissemelhante ;
alguém que me despertou um sentimento,
brilhante,
assaz arrepiante.

Transformou em mim
a capacidade de revelação ;
Fez perder-me a introspecção ;
Estimulou uma intuição peculiar,
um regozijo invulgar.

Mas o mistério laconicamente
refutou
um envolvimento,
algo duradouro,
mais consistente.

O teu sentimento logrou
a expectativa de explorar
um caminho mais próximo ;
Perplexou os movimentos mais expansivos
e desfigurou a cumplicidade.

Talvez porque o destino
seja a maior certeza ;
Tudo em ti era alerta
para sustar
algo que em mim crescia
algo que de mim não dependia
para evoluir...

Os sinais evidentes,
disseminaram todas as tentativas
de aproximação.

Como tudo o que existe,
De qualquer forma, começa
Esta foi aquela que encontrei
para te anunciar o fim.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O livro de vida

A vida não passa
de uma página em branco.
Uma nota que se toma
numa ponta de um papel.
Seja carta ou jornal.
Importante é anotar,
O destino errado,
A hora correcta,
A palavra digna
de recordação,
A frase perpétua.
São essas notas soltas
que compõem
o ritmo tumultuoso
do obstinado,
que rasura os momentos aberrantes
e que narra outrossim
histórias interessantes
num livro de vida.

Como ?

Como posso eu ?
como faço eu ?
para te dizer
que te quero aqui perto,
que te ia buscar ao deserto,
ao lugar mais incerto...
só para te sentir,
só para respirar o teu calor,
só para te olhar,
ver-te para além das estrelas
de todas as galáxias...
com o brinquedo de criança
que gostava de ter tido ;
aquele que dá para ver o mundo
para além do mundo...
o imaginário de todos os que imaginam
como eu,
tal como te imaginaria assim
bem próximo,
no imediato.
se o pudesse fazer,
se o pudesse ter,
o teu eu junto do meu...